Bienal do Livro do Ceará realiza evento na Unidade Prisional Irmã Imelda
O programa Bienal Adentro Ceará busca expandir a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, levando a literatura e a arte para outros contextos
Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes recebeu nesta segunda-feira, 7, o programa Bienal Adentro Ceará, iniciativa que busca expandir a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, levando a literatura e a arte para outros contextos.
Com apresentação do grupo musical Acordes para Recordar, composto por internos do sistema prisional do Estado, a abertura contou com a presença de autoridades.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O evento contou também com espetáculo do grupo de teatro "Portugays", em peça escrita por Luiza aura de Souza, "A Transparência é a Minha Resistência".
A peça traz relatos de experiências da comunidade LGBTQIA+ em sua luta por reconhecimento, referenciando o Dia Internacional da Visibilidade Trans, celebrado em 31 de março.
Ao final da peça, ocorreu uma roda de conversar abordando histórias de resistência LGBTQIA+, recebendo os convidados: a travesti e feminista Amara Moira, e o professor e jurista Renan Quinalha.
O bate-papo foi aberto à interação do público, com tira-dúvidas e compartilhamento de experiências de resistência.
"Ver um tratamento diferente para pessoas trans, com diálogo, carinho e respeito, foi muito tocante. A oportunidade de desenvolver atividades culturais e artísticas, como teatro e literatura, foi incrível. Não sabia o que esperar, mas estou extasiada e muito feliz com a experiência. Quero voltar e continuar participando, porque isso também foi transformador para mim”, contou Amara.
"Foi gratificante ver a humanização do espaço, com serviços como terapia hormonal, respeito à identidade de gênero e ações culturais. Isso demonstra que é possível criar novas formas de ressocialização e inclusão", completou Renan.
Democratização da cultura e da literatura
A Bienal Adentro Ceará é uma iniciativa que proporciona levar a cultura e a literatura para públicos diferentes, que geralmente não tem esse o.
Expandindo a iniciativa para uma unidade prisional, o projeto ajuda no processo de inclusão e diversidade, além de fortalecer a ideia de transformação social através da educação e cultura. É o que destaca o diretor da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP Imelda), Luiz Carlos.
"O poder da arte está na transformação – transformar para melhorar, para evoluir e para mudar. A experiência de ver essa transformação ganhar vida na Bienal, fazendo parte desse movimento, é extremamente gratificante. Sem o esforço conjunto e a parceria de todos os envolvidos, isso não seria possível. A união e o comprometimento de cada pessoa são o que tornam esse projeto verdadeiramente especial”, disse o diretor emocionado.
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"Além de acontecer no Centro de Eventos do Ceará, leva suas atividades para outros espaços, aproximando a cultura de quem não pode chegar até lá [...] A Bienal tem se tornado cada vez mais plural, diversa e inclusiva, e é um prazer imenso poder compartilhar essa experiência com todos", conclui a coordenadora geral da XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, Maura Isidório.
Penélope Vital, interna da UP, parabenizou a realização do evento: “Participar dessa roda de conversa na Bienal foi uma experiência muito interessante[...] O maior aprendizado que levo para a vida é a resistência, principalmente para nós da comunidade LGBT, que mostramos que somos capazes de tudo”, conclui a interna.
XV Bienal Internacional do Livro do Ceará
“Das fogueiras ao fogo das palavras: mulheres, resistência e literatura” é o tema da XV Bienal do Livro do Ceará, que acontece entre os dias 4 e 13 de abril de 2025, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.
Com programação gratuita e para todos os públicos, a Bienal celebra a literatura no Estado.
O projeto é promovido pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), com o apoio do Ministério da Cultura (MinC).