Chacina do Curió: ex-PM é condenado nos EUA por mentir sobre participação no caso
Após ter sido sentenciado no Ceará pela ação criminosa que vitimou 11 pessoas, em novembro de 2015, na Grande Messejana, Antônio José de Abreu Vidal Filho foi condenado em Boston por mentir, durante audiência de imigração, sobre seu envolvimento no crime. Ele deverá cumprir 16 meses de prisão
O ex-policial militar Antônio José de Abreu Vidal Filho, de 31 anos, foi condenado pela Justiça dos Estados Unidos a 16 meses de prisão por ter mentido sobre sua participação na Chacina do Curió, em seu pedido de asilo em uma audiência de imigração. A sentença foi proferida pelo Tribunal Federal de Boston, na última quinta-feira, 29.
A Chacina do Curió deixou 11 mortos entre a noite do dia 11 e a madrugada de 12 de novembro de 2015, nos bairros Barroso, Lagoa Redonda, Curió e Messejana, em Fortaleza. As vítimas tinham entre 17 e 41 anos de idade. O crime resultou na denúncia de 45 policiais militares, entre eles o ex-PM agora também condenado pela Justiça norte-americana.
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Em 2020, o policial pediu asilo e teria garantido que nunca havia sido acusado, indiciado, preso, detido, interrogado ou encarcerado em qualquer país. Em fevereiro do ano ado, em uma audiência de imigração, o policial afirmou que nunca havia mentido e que omitiu informações sobre envolvimento no crime.
Em junho, ele foi denunciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por mentir sobre sua participação na ação criminosa durante o processo de obtenção do visto para entrar e permanecer nos EUA.
Na época, afirmou não ter mentido no processo de obtenção do visto, pois não havia sido condenado até então pelos assassinatos. Conforme informações do portal Boston.com, o agente chegou a ser indiciado por um júri federal e se declarou culpado de duas acusações.
No Brasil, em junho de 2023, o ex-policial foi condenado a 275 anos e 11 meses de prisão pela participação na Chacina do Curió. Ele acompanhou o julgamento por videoconferência. Após a sentença, teve seu nome incluído na lista de procurados da Interpol e acabou preso nos Estados Unidos.
Antônio José integrava os quadros da PM do Ceará, mas é natural de São Luís, capital maranhense. Morava na cidade de Malden, acompanhado da esposa, que fazia uma pós-graduação no país. Eles tiveram uma filha, nascida já em solo norte-americano. O ex-policial poderá ser deportado ao Brasil após cumprir a pena de 16 meses de prisão.