Cientistas estudam o desenvolvimento de lentes de contato para enxergar no escuro

Cientistas estudam o desenvolvimento de lentes de contato para enxergar no escuro

Lentes de contato com nanotecnologia buscam permitir a uma pessoa a capacidade de enxergar no escuro — e até de olhos fechados, podendo revolucionar a visão humana

Imagine caminhar por uma floresta à noite, sem lanternas. Ou encontrar uma pessoa desaparecida em meio à fumaça densa de um incêndio apenas olhando ao redor. Agora vá além, pense em enxergar mesmo de olhos fechados.

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Pode parecer um roteiro de ficção científica, mas esse cenário está cada vez mais próximo da realidade. Um grupo de cientistas conseguiu transformar uma ideia de laboratório em um dispositivo do cotidiano, uma protótipo lentes de contato capazes de captar luz infravermelha — faixas invisíveis ao olho humano — e convertê-la em imagens visíveis.

A novidade é fruto de uma colaboração internacional entre a Universidade de Ciência e Tecnologia da China e a Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts.

As lentes utilizam nanopartículas desenvolvidas para absorver luz infravermelha e reemitir essa radiação em comprimentos de onda visíveis ao olho humano.

Essa transformação óptica é o 'coração da inovação', conforme explicaram os pesquisadores à revista Cell, na qual o estudo foi publicado.

Lentes infravermelhas: efetividade e modo de uso

A promessa dessas lentes não está apenas no impacto tecnológico, mas também na praticidade. Diferentemente dos óculos de visão noturna — caros, pesados e dependentes de eletricidade —, as novas lentes são leves, flexíveis, não exigem fonte de energia e podem ser usadas como qualquer outra lente de contato convencional.

Segundo reportagem do The Guardian, os testes demonstraram que as lentes não somente funcionam no escuro, mas continuam a captar sinais mesmo quando o usuário fecha os olhos.

Isso ocorre porque a radiação infravermelha penetra as pálpebras com mais facilidade do que a luz visível, reduzindo interferências visuais e ampliando o campo de percepção em situações extremas.

Lentes infravermelhas: aplicações imediatas e futuras

As possibilidades de aplicação são vastas. Em operações de resgate ou combate a incêndios, por exemplo, a capacidade de enxergar em ambientes escuros, cheios de fumaça ou poeira, pode salvar vidas.

Na Medicina, cirurgiões poderiam utilizar a visão infravermelha para identificar estruturas internas com mais clareza, dispensando o uso de monitores auxiliares ou equipamentos externos.

A tecnologia também pode beneficiar pessoas com daltonismo ou deficiência visual, ao traduzir comprimentos de onda invisíveis em cores detectáveis.

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Além disso, como destacou o SciTechDaily, os pesquisadores acreditam que, com o aprimoramento da sensibilidade das nanopartículas, será possível desenvolver versões das lentes com funções térmicas completas — tornando-as úteis também para detectar calor corporal em ambientes escuros.

Lentes infravermelhas: um vislumbre do futuro

A criação do protótipo evidencia uma transformação significativa na maneira como os seres humanos interagem com o mundo ao seu redor.

A capacidade de estender os próprios sentidos por meio de tecnologia invisível, discreta e eficiente representa um salto comparável à invenção do microscópio ou da câmera térmica — agora condensada em algo do tamanho de uma lente de contato.

Como afirmou o The Times, essa inovação “não é apenas uma vitória da engenharia, mas uma redefinição da própria visão humana”. O que antes parecia a soldados de elite ou a filmes como Missão Impossível, em breve pode estar disponível a qualquer pessoa com o a esse tipo de tecnologia.

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