Trio é denunciado por chacina que deixou quatro mortos na Barra do Ceará
Homens ainda foram acusados de tentar matar três PMs, integrar organização criminosa, corrupção de menores, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo
O Ministério Público Estadual (MPCE) denunciou na última quinta-feira, 29, três homens pela chacina ocorrida no último dia 6 de maio no bairro Barra do Ceará, em Fortaleza. Na ocasião, quatro pessoas foram mortas em um campo de futebol e uma quinta ficou ferida.
Os acusados são: Victor Manuel Oliveira da Silva, de 22 anos; Luiz Gustavo Solano Carvalho Freitas, o "Capetinha", de 18 anos; e Antônio Gabriel Távora Viana, o "Ben 10", de 19 anos. Eles foram presos instantes após o crime, ao lado de um adolescente, enquanto fugiam em um carro.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Antes de ser capturado, o grupo teria trocado tiros com os policiais militares que acabariam efetuando a prisão, motivo pelo qual o trio também foi denunciado por tentativa de homicídio contra três agentes de segurança.
O MPCE ainda os denunciou pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção de menores, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo.
A peça acusatória aponta que os réus são integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Eles buscavam matar um homem identificado apenas pelo apelido de Barata, que seria integrante da facção Guardiões do Estado (GDE).
Como O POVO já mostrou, o local da chacina, o Campo do Madeira, fica na comunidade da Colônia, onde atua a GDE. As comunidades do entorno, por outro lado, têm atuação do CV, a exemplo do Grande Pirambu, do Morro Santiago e da Comunidade do Gueto.
As vítimas que foram mortas, porém, não tinham ligação com a GDE. Conforme o MPCE, os réus receberam a informação de um "olheiro", que estava no campo de futebol, de que “Barata” estava no local. Além disso, eles usaram um drone para confirmar a presença do alvo.
Leia mais
Os criminosos utilizaram três carros na ação: um Chevrolet/Ônix, um Hyundai/Ix35 e uma Mercedes/GLA200. Os ocupantes destes dois últimos veículos deram apoio à ação e ainda não foram identificados.
Já os quatro suspeitos capturados estavam no Ônix e teriam atuado diretamente na execução. A denúncia descreve que Victor, Luiz Gustavo e Gabriel desceram do carro com arma em punho, incluindo um fuzil, e, antes de efetuar os disparos, renderam as vítimas afirmando serem policiais — eles usavam roupas com identificações da Polícia Civil, além de balaclavas.
“O alvo mencionado como ‘BARATA’ não foi atingido pois, segundo consta, já havia se retirado do campo de futebol no momento do ataque perpetrado pelos réus”, afirmou na denúncia o promotor Ythalo Frota Loureiro.
“Portanto, os acusados concorreram para uma deplorável chacina, ainda que o alvo não estivesse no local, somente para não perder a oportunidade de cometer homicídios”.
Na ação, morreram: Estefany da Silva Ribeiro, Carlos Johnson Viana Ferreira, Pedro Henrique da Silva Borges e Evandro Igor da Silva Dias.