Pároco de Fortaleza recebeu votos perpétuos diante do papa Leão XIV
Frei agostiniano relembra a emoção de professar os votos na presença de quem hoje lidera a Igreja Católica
A escolha do cardeal Robert Francis Prevost para ser o papa trouxe uma alegria especial para os religiosos que compõem a Ordem de Santo Agostinho (OSA), da qual o papa Leão XIV faz parte.
Para o frei Alexandre Escame Pereira, integrante da OSA, pároco na Barra do Ceará, em Fortaleza, a ocasião foi ainda mais especial. Ao terminar os anos de estudo e preparação para a vida religiosa, frei Alexandre recebeu das mãos do então Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho a bênção para seus votos perpétuos.
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A celebração de formatura da turma em que Alexandre fazia parte foi realizada no dia 6 de dezembro de 2012, na Capela do Recanto Santo Agostinho, em Mário Campos (MG). O pároco relembra a emoção de Prevost ter presidido a celebração e conta como foram marcantes os momentos da agem dele por Minas Gerais.
Ele explicou ao O POVO que os votos perpétuos simbolizam a concretização de um ideal de vida e serviço, um momento único na vida de alguém que opta por seguir uma vida religiosa.
"Ter sido na presença do Frei Robert foi ainda mais especial, estar diante do Superior Geral se torna mais emocionante ainda. Seu carisma, sua forma humana e fraterna de ser. Um verdadeiro irmão na vida consagrada, que se manteve sempre próximo dos formandos, tendo sido muito carinhoso durante a celebração”, relembra.
Alexandre destaca a atenção especial que Prevost deu na época para os familiares dos formandos. "A forma que ele se dirigiu às famílias marcou bastante. O cuidado, a sensibilidade, dizendo que a Ordem se responsabiliza (por nós). A família também é parte do processo, especialmente no início das vocações", destaca.
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Importância para a Ordem
Frei Alexandre destaca que os agostinianos já têm grande reconhecimento na comunidade cristã, mas que, agora, arão a ter os olhos de todo o mundo para os ideais de Santo Agostinho, seu carisma, assim como os trabalhos realizados pela OSA.
"Nós agostinianos prezamos muito pela amizade, algo forte em Santo Agostinho", relembra, acreditando que esta pode ser uma marca do papado de Leão XIV.
O pároco diz ter certeza que a Igreja está em excelentes mãos, relembrando a proximidade de Leão XIV com Francisco, além das primeiras palavras após assumir o posto, agradecendo o antecessor e pedindo ajuda aos fiéis. "É um cristão apaixonado pela Igreja. Por tudo aquilo que ele já realizou na Ordem, ele está muito preparado", ressalta.
Marcas do novo papado
Alexandre enxerga nas palavras de Leão XIV para a multidão no Vaticano pistas do que devem ser marcas de seu papado.
"Ele falou da paz, o papa tem que ser um instrumento da paz, ainda mais no mundo de hoje. Falou de construir pontes, de diálogo. Reconhecer e dar continuidade ao trabalho de Francisco, sem deixar de pedir ajuda aos fiéis, afinal, ninguém faz nada sozinho, não é mesmo?", relembra.
Apesar disso, fez questão de destacar que cada papa traz consigo sua personalidade, que se mostrará ao longo do papado.
O padre brinca que fizeram até bolão sobre o nome que o novo papa teria e ite que chegou a imaginar que Prevost escolheria Agostinho. "Seria uma linda homenagem, mas cada um tem sua história pessoal, suas inspirações. O nome escolhido mostra que ele está disposto a dar continuidade às renovações que vinham sendo feitos na Igreja", compartilha.


Quem é frei Alexandre
Paranaense de Londrina, tem 48 anos e morou em Limoeiro do Norte na infância, quando o pai trabalhava na Odebrecht.
Fez a formação em Minas Gerais e mora em Fortaleza desde 2021, onde é pároco da Paróquia São Pedro, na Barra do Ceará. No local, há também uma casa formativa e, brevemente, uma obra social que deve acolher de início 100 crianças da região. "Temos espaço para 200, com a graça de Deus conseguiremos realizar esse trabalho e crescer com o tempo", comenta.
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