'Ninguém gosta de piada sem graça', diz Anielle sobre fala de Léo Lins sobre Marielle 2o1i6s
Ministra comentou em Fortaleza a fala do humorista sobre a irmã assassinada em 2018
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, manifestou-se na tarde desta quinta-feira, 18, a respeito das piadas preconceituosas proferidas pelo humorista Léo Lins contra a vereadora Marielle Franco (Psol).
“Não dá pra gente, em pleno 2023, ainda achar graça de piada racista, eu acho que não é a censura que está em discussão”, disse. “Ninguém gosta de ser rechaçado ou de que tenha a sua imagem vinculada à algo que não acredite, ninguém gosta e piada sem graça que venha a ter um conflito com a honra, com a memória de qualquer pessoa”.
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O posicionamento faz referência às falas do humorista Leo Lins durante uma apresentação de stand-up, em 2022. Na ocasião, Leo Lins zombou da então vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
“Pensei em mais um desenho, seguinte cena: está lá no inferno, o diabo, os demônios, aí um fala 'pô, quem que deixou ela beber, acabei de limpar o chão. Mostra, tá a Marielle com drink, tudo vazando pelos furos'. Isso no mês que ela morreu. Será que eu seria um gênio?", ironizou Leo Lins.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) determinou na última terça-feira, 16, que o especial de comédia Perturbador fosse excluído das plataformas digitais, justificando que o show de humor contém piadas preconceituosas.
O humorista foi notificado no sábado, 13, e tinha até 72 horas para retirar o vídeo das plataformas digitais e obedeceu à ordem às 15h da última terça, período final dado pela Justiça.
Anielle esteve em Fortaleza na tarde desta quinta, 18, para iniciar a série de encontros da Caravana Participativa para construção do Plano Juventude Negra Viva (PJNV). Na ocasião estiveram presentes a vice-governadora em exercício, Jade Romero, a secretária da Igualdade Racial do Estado, Zelma Madeira e o diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo, Yuri Silva.
A iniciativa tem como principal objetivo reduzir os índices de letalidade entre a população negra do país. De acordo com a ministra, foram selecionadas algumas prioridades que serão discutidas no seu governo, como o genocídio contra a população negra e a educação da categoria, por exemplo.