Wagner diz que Camilo buscou apoio do União em troca de vaga no Senado: "Desespero"
Capitão Wagner esteve no anúncio da filiação do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ao União Brasil, feito formalmente nesta terça-feira, 3, no Café da Oposição na Alece
O ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) afirmou que o ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), buscou a alta cúpula do União Brasil para ampliar alianças no Estado em troca de uma vaga no Senado: “Demonstra desespero”.
“A gente sabe que muitas vezes se oferece até o que não tem condição de entregar. Na conversa que o Camilo teve com alguns membros do União, ofereceu uma vaga de senador, que já foi prometida para sete pessoas. Aqui no Estado são duas vagas, o União seria o oitavo a ser prometido”, repreendeu.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Ele continuou: “Então isso demonstra um desespero, demonstra uma preocupação muito grande com o que a gente está construindo aqui. Em outro momento nós fomos adversários, a gente sabe que a força que o Roberto tem, a força que esse grupo tem com a chegada do Roberto aqui, então é nítida a preocupação de quem está no governo”.
>> Quer receber as últimas notícias de Política pelo WhatsApp? Entre no canal Política do O POVO
A fala ocorreu em meio ao anúncio da filiação do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ao União Brasil, feito formalmente nesta terça-feira, 3, no Café da Oposição na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece).
Recém-saído do PDT, Roberto participou do anúncio de sua filiação com a presença de líderes também do PL, como o deputado estadual Carmelo Neto (PL). O ex-prefeito deixou o PDT na última quinta-feira, 29.
Na mesma tarde, RC teve encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava na capital cearense para participar de congresso do Partido Liberal na sexta-feira, 30.
Postura da oposição
O ex-prefeiturável ressaltou, ainda, que a postura do União Brasil é de oposição tantos nas esferas locais quanto no cenário nacional. Wagner avalia também que a preocupação do ex-governador Camilo Santana está fundamentada no fortalecimento da oposição, que agora conta com a federação União Progressista.
A aproximação de Camilo do União é uma das formas da base do governo se manter estável nos cenários para as eleições de 2026, visto que a aliança entre União e Progressistas (PP) coloca em jogo o apoio de políticos que integram o PP e são, atualmente, aliados do Governo do Estado no Ceará.
“Olha, a fala do ministro (Camilo) demonstrou grande preocupação com a federação. A federação é a maior força política em termos de tempo de TV, em termos de fundo partidário, de estrutura e, logicamente, isso preocupa o adversário”, avalia Wagner.
O ex-deputado diz, ainda, que Camilo “tenta desestabilizar” e que “ele sabe fazer isso muito bem”, mas a oposição está tranquila. “O Roberto esteve, inclusive, com o Rueda, escutou da boca do Rueda que o projeto do União Brasil e da federação é estar no campo de oposição, tanto a nível nacional, como a nível local”, afirmou.
2026 no horizonte
Wagner destacou no encontro a união da oposição no Ceará e relembrou momentos em que estiveram de lados opostos. Ele salientou também que o grupo está trabalhando para estarem “todos no mesmo palanque em 2026”.
Ele ressaltou os nomes que estão compondo o grupo: “Trazendo também o senador Eduardo Girão (Novo), peça-chave nessa discussão de oposição. O senador que é pré-candidato a governador, Roberto que é pré-candidato, eu sou pré-candidato”.
Sobre quem vai ser escolhido para disputar o majoritário estadual, ainda não há definição. “A gente vai tomar essa decisão em momento oportuno quanto a quem será o cabeça de chapa, mas tem espaço para todo mundo”, disse Wagner.
“Só está definido, o Roberto falou muito bem, a vaga do Alcides como um de nossos senadores”, completou.