Luizianne aciona PF para que big techs esclareçam participação em evento com Bolsonaro
O evento foi o 2º Seminário Nacional de Comunicação do PL, realizado em 30 de maio, no Centro de Eventos do Ceará. Segundo a deputada, o treinamento dos militantes pode representar "isonomia eleitoral e a legitimidade do processo democrático"
A deputada federal Luizianne Lins (PT) acionou o Ministério Público e a Polícia Federal nesta quarta-feira, 4, pedindo esclarecimentos sobre a participação de empresas de tecnologia (big techs) no evento promovido pelo Partido Liberal que contou com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com informações da equipe da parlamentar, representantes das empresas Meta, Google e CapCut estiveram presentes no evento no último dia 30 de maio. Ainda segundo a assessoria da deputada, o evento teve "como foco o treinamento de militantes políticos com técnicas digitais avançadas voltadas para atuação eleitoral".
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Realizado no Centro de Eventos do Ceará, o seminário foi o segundo do tipo realizado pelo partido, que "incluiu oficinas sobre impulsionamento via WhatsApp Business, automação com inteligência artificial e uso de deepfakes de áudio para mobilização política e ataques a adversários", segundo a deputada.
LEIA MAIA: Em Fortaleza, Bolsonaro encontra RC e joga assunto Ciro Gomes para lideranças locais
De acordo com a deputada, o caso é grave por considerar uma transferência de “know-how”, ou seja, através do saber prático. “Estamos diante de um caso grave de possível transferência de know-how técnico de empresas privadas para um único partido político, com indícios de favorecimento eleitoral e manipulação em larga escala”, denuncia a petista.
Segundo a deputada, o treinamento dos militantes pode representar “isonomia eleitoral e a legitimidade do processo democrático”. A representação da parlamentar pede ao MP a abertura de investigação, a requisição de documentos para um eventual ajuizamento de medidas cautelares com a finalidade de “impedir que novas ações semelhantes ocorram antes das eleições de 2026”, informou a assessoria da parlamentar.
O requerimento também pede esclarecimentos às big techs envolvidas e a análise de uma possível doação ilegal de bens e serviços, que é ilegal segundo a legislação vigente.
A petista integra na Câmara a comissão Especial sobre a Inteligência Artificial da Câmara dos Deputados, instalada em 20 de maio de 2025, para debater o projeto de Lei 2338/23, que visa regulamentar o uso da IA no Brasil.