Presidente do INSS lamenta que órgão tenha entrado em casos policiais: 'Tristeza e revolta'
Presidente do órgão disse que Lula deu carta branca para resolver a questão e garantiu que nova istração do INSS está fazendo de tudo para virar a página
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, atualizou em entrevista à rádio O POVO CBN, nesta quinta-feira, 5, as ações do governo para combater a crise gerada por fraudes descobertas no órgão e disse que seu sentimento ao ver o INSS no centro de um escândalo de corrupção é de "revolta". Waller foi nomeado pelo presidente Lula (PT) no fim de abril, após o escândalo, e afirmou ter recebido carta branca do presidente Lula para sanar a crise.
"O sentimento do INSS, de estar na página policial, a vinculação INSS e corrupção é de profunda tristeza e revolta. O INSS tem décadas de prestação de serviço à comunidade, deveria estar em outra página que não a policial. O que fizeram com o INSS, com esses descontos associativos, o que foi feito ao longo dos anos, é revoltante", destacou o gestor.
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E seguiu: "É revoltante que pessoas tiveram seu benefício, com descontos, impossibilitando que elas pudessem pagar alimentos em prol de quê? De luxo. De pessoas andarem de em carros de luxo, tivessem telas, pinturas, apartamentos. O que posso garantir é que estamos fazendo tudo para virar a pagina, para que o INSS saia da página policial e venha para a de realização de direitos, que o INSS seja um orgulho".
2,8 milhões de contestações
Waller também atualizou o número de contestações apresentadas por beneficiários a descontos que sofreram em suas contas. Segundo ele, até às 17 horas do último dia 4 de junho, cerca de 2,8 milhões de aposentados e pensionistas do INSS contestaram descontos de entidades associativas em seus benefícios.
Na visão do presidente, o INSS fez escolhas inadequadas ao longo dos anos, que prejudicaram a dinâmica de atendimento do público-alvo. "Há sete anos o INSS fez uma escolha que ao meu ver não foi adequada, trocou o presencial pelo atendimento virtual. O aplicativo pode ser o melhor, mas o nosso público-alvo muitas vezes quer o atendimento presencial, humanizado", destacou.
"Quando você fecha o (atendimento) presencial, esse atendimento é feito por outras pessoas que não o poder público, talvez atravessadores, intermediários, que querem prejudicar o segurado. Esse atendimento presencial, para explicar os porquês, é necessário. Estamos fazendo um plano de reabertura das agências para reabrir alguns serviços em breve", pontuou.
Waller destacou ainda que Lula deu carta branca para resolver o problema e avaliou as ações para minimizar a crise política gerada pelo tema.
"Todos se indignam, é um roubo contra as pessoas mais vulneráveis, nossos pais, avós, portadores de deficiência. O presidente, quando me chamou, deu carta branca, essa operação surge 24 de abril e em 14 de maio já iniciamos processo de ressarcimento. Pouco mais de 20 dias fazemos esse movimento, colocar aquilo a limpo, e doa a quem doer a necessidade de punição, com autonomia da Polícia Federal e CGU para responsabilização e bloqueio de bens para preservar o nosso aposentado e pensionista."