Sebastião Salgado plantou mais de 2 milhões de árvores; lembre história

Sebastião Salgado plantou mais de 2 milhões de árvores; lembre história

O fotógrafo mineiro reverteu a destruição de área de Mata Atlântica em sua terra natal ao criar uma floresta onde havia deserto

Conhecido mundialmente por retratar com profundidade a condição humana em zonas de conflito e pobreza, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado também se notabilizou por um feito que extrapola a arte: contribui para a transformação radical de uma terra devastada. Área se tornou um refúgio verde.

Sebastião Salgado, o fotojornalismo elevado ao status de obra de arte; CONFIRA

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Ao lado da esposa, a arquiteta Lélia Wanick Salgado, ele plantou mais de 2 milhões de árvores em Minas Gerais, recuperando a vegetação da Mata Atlântica em uma área destruída pela ação humana.

O projeto, que se estendeu por mais de duas décadas, tornou-se um símbolo de resiliência ambiental e é parte fundamental do legado deixado pelo artista, que morreu aos 81 anos, nesta sexta-feira, 23 de maio.

Sebastião Salgado: da devastação ao sonho verde

A iniciativa nasceu do reencontro de Salgado com suas raízes. Após anos documentando tragédias humanitárias em países como Ruanda e Serra Leoa, o fotógrafo retornou em 1994 à fazenda da família, localizada no município de Aimorés, no leste de Minas Gerais.

Ao chegar, deparou-se com um cenário desolador, a antiga propriedade, antes cercada por uma densa vegetação tropical, havia se transformado em terra seca, erodida e praticamente morta. Restava apenas cerca de 0,5% da cobertura florestal original.

Diante daquela paisagem estéril, Sebastião e Lélia decidiram agir. Em 1998, fundaram o Instituto Terra, uma organização voltada à restauração ecológica da região. O objetivo era ambicioso, reflorestar a área e trazer de volta a biodiversidade da Mata Atlântica.

Sebastião Salgado e o renascimento de uma floresta

Com apoio técnico, parcerias institucionais e a dedicação de centenas de colaboradores ao longo dos anos, o Instituto iniciou o plantio de espécies nativas em grande escala.

As primeiras mudas foram plantadas para recuperar o solo e iniciar o ciclo de regeneração natural. Aos poucos, a vida começou a retornar.

Em 20 anos, foram plantados mais de 2,7 milhões de árvores em cerca de 600 hectares. A área degradada deu lugar a uma floresta exuberante, com árvores frondosas, rios recuperados e uma nova fauna diversificada.

Hoje, a reserva abriga centenas de espécies de plantas e animais, incluindo aves, mamíferos e anfíbios, muitos deles ameaçados de extinção.

A iniciativa foi tão bem-sucedida que a propriedade foi reconhecida como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e ou a servir como referência para projetos de reflorestamento no Brasil e no exterior.

Sebastião Salgado: morte e legado

Sebastião Salgado morreu em 23 de maio de 2025, aos 81 anos, em Paris, onde vivia há décadas.

Segundo a família, ele sofria de leucemia e já havia manifestado, em entrevistas recentes, que estava ciente da gravidade de sua saúde. “Sei que não viverei muito mais”, disse em uma de suas últimas declarações públicas.

Sua morte provocou comoção mundial. Entidades ambientais, museus, fotógrafos e lideranças políticas prestaram homenagens ao homem que enxergava o mundo com compaixão — e que acreditava, acima de tudo, na capacidade de regeneração, tanto da natureza quanto do ser humano.

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