Entenda incompatibilidade que dificulta gravidez de Mariana Rios
Atriz Mariana Rios revelou que ela e o namorado têm incompatibilidade genética; condição médica é identificada em exames e é tema de projeto da USP
A atriz Mariana Rios revelou que enfrenta problemas para engravidar devido à incompatibilidade genética com o namorado, João Luis Diniz. Após compartilhar a informação em entrevista ao podcast "O Grande Surto", apresentado por Fernanda Paes Leme, ela evidenciou a questão médica que compromete o sucesso de uma gravidez.
Mas, afinal, como esta condição afeta os casais? Também conhecido como Teste de Compatibilidade Genética para Casais (TCG) ou Triagem de Portadores de Doenças Genéticas Recessivas, o exame identifica se um casal possui alterações genéticas em comum que, caso transmitidas aos filhos, poderiam causar doenças graves ou abortos de repetição.
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Mariana, por exemplo, iniciou o processo de fertilização in vitro (FIV) e os embriões aram pelo exame genético, a fim de avaliar as chances de implantação bem-sucedida.
O resultado revelou que a atriz e o companheiro são portadores do mesmo gene recessivo. Logo, os embriões precisaram ser descartados por conta dos riscos de doenças genéticas.
Nesse cenário, uma pessoa só desenvolve a doença se herdar duas cópias de um gene alterado (uma do pai e uma da mãe). Os testes, realizados a partir de uma amostra de DNA dos futuros pais, consegue identificar os riscos de transmissão de doenças genéticas e ajuda os casais a tomarem decisões com base nas informações.
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Quem deve considerar fazer o teste?
Conforme informações disponibilizadas on-line pela clínica Nilo Frantz, especialista em medicina reprodutiva, qualquer casal que queira engravidar pode fazer o teste de compatibilidade genética a fim de descobrir se tem riscos de transmitir alguma doença aos filhos.
Entretanto, médicos recomendam a avaliação genética em algumas situações, a exemplo de pessoas com histórico familiar de câncer ou outra desordem degenerativa; pessoas que sofreram forte exposição à radiação ou agentes químicos; casais que já tiveram um filho com atraso no desenvolvimento.
O teste também é recomendado quando há aborto de repetição sem causa definida e quando os parceiros são primos de primeiro grau.
Como funciona o teste de compatibilidade genética?
É coletada uma amostra de sangue do casal para a realização de uma análise genética de cada um, através do sequenciamento do DNA das células.
O teste de incompatibilidade genética pode analisar centenas de genes e detectar doenças genéticas como, fibrose cística, Atrofia Muscular Espinhal (AME), Síndrome do X Frágil, entre outras. Vale ressaltar que os testes não avaliam a compatibilidade do casal do ponto de vista da fertilidade, mas sim do risco de transmissão de doenças genéticas específicas.
Teste positivo: o que deve ser feito?
O primeiro o é manter a calma e buscar um tratamento. Um muito utilizado por casais é a Fertilização in Vitro (FIV) com teste genético pré-implantacional. Também tem o FIV com esperma ou óvulos de um doador que não seja portador da doença.
Com o avanço das técnicas de reprodução assistida - que envolve a manipulação de óvulos, espermatozoides ou embriões em laboratório -, é possível prevenir a transmissão da doença para os filhos.
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Em entrevista ao G1, o biólogo geneticista Michel Naslavsky explicou que as doenças genéticas estão cada vez mais conhecidas, mas que nem sempre o diagnóstico vem acompanhado de um tratamento. Quando encontrado, é normalmente de alto custo para a família, para o SUS e para os planos de saúde.
No Brasil, o Centro de Pesquisa em Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP) e parceiros de outros estados brasileiros lançarão projeto-piloto para fazer triagem de casais em idade reprodutiva de forma gratuita. .
Como irá funcionar o projeto-piloto da USP com o Ministério da Saúde?
Financiado pelo Programa Genomas Brasil, do Ministério da Saúde, o projeto irá recrutar casais para a realização de exames genéticos e consultas de aconselhamento genético, a fim de informar sobre os riscos e opções reprodutivas. O trabalho é coordenado pelo biólogo geneticista Michel Naslavsky.
Casais com idade reprodutiva que querem ter uma criança deverão manifestar interesse em serem testados nos polos do projeto, presentes em vários centros do território brasileiro.
A ideia é que eles possam descobrir se tem risco aumentado para centenas de doenças genéticas recessivas. Vale lembrar que o projeto está em fase de elaboração e deverá ser lançado oficialmente em breve.